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Covit 19

  • Foto do escritor: Paulo Silva
    Paulo Silva
  • 10 de mar. de 2020
  • 1 min de leitura

Vírus, virose, virulento. Violência. Um vai na valsa, moleza no corpo, vazio por dentro. A vida que não se teve, a valsa não dançada. Violão, violino, vadiagem sem culpa. Traição sem remorso. Versos abandonados, viúvas sedentas, sábados irresistíveis. Um copo de vinagre, o corte na titela, o tempero da cabidela. Corona. Preguiça. Pulmão dilacerado, o mar salgado que não lava, a respiração ofegante, a cachaça redobrada. Morrer arrependido. Dever sem fôlego. Desejar sem remédio. Vírus dos malfeitores, dos ansiosos pelo poder, dos tragados pelo egoísmo. Virose dos traidores, dos coniventes e bajuladores. Saber-se só neste cemitério repleto, nesta tarde agônica, feito uma página de Camus. Vírus, vírus, coronavírus. Varres o mundo em busca de quem?

 
 
 

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Pós 60. Idosos. Porque a vida é bela e precisamos fazê-la melhor.

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